Cozinhar tem tudo a ver com ciência. Na cozinha substitui-se tubos de ensaio, béqueres e provetas, por panelas, frigideiras e caçarolas.
Quando eu era criança, gostava de brincar de fazer misturas. Álcool com essências, plantas maceradas e ervas da horta que estivesse ao meu alcance. Meu objetivo era testar os cheiros, as texturas e quando possível e comestível, os sabores.
Eu nem imaginava que se tornaria um grande prazer inventar e reinventar pratos e escrever sobre comida! E o mais importante, a emoção que acompanha tudo isso, a magia que me seduz todos os dias.
Mas eu pensava também eu fazer perfumes... eu queria trabalhar com cosméticos! Misturar cremes, shampoos, fazer coisas mágicas que deixassem pele e cabelos o mais cheirosos possíveis . Cheiros sempre foram minha paixão. E minha ruína.
Tenho um olfato apuradíssimo e consigo distinguir notas de perfumes e essências, temperos e especiarias, o bouquet e os aromas mais sofisticados. Isso me permite, aliado ao bom paladar, reproduzir receitas, por exemplo.
Mas é minha ruína quando tenho uma crise de enxaqueca! Pois meu ponto forte me faz sofrer com qualquer odor que não posso evitar. Nesse caso, torna-se meu ponto fraco!
De qualquer maneira, a paixão por misturas e a magia de seduzir pelo sabor, pelo aroma, textura ou algo que eu mesma possa criar e manipular, ainda é mais forte e é inexplicável.
Deve ser porque creio que a energia das coisas que fazemos é transferida para os alimentos, para as bebidas, para os perfumes.
Por exemplo: Quando cozinhamos a mesma receita, com os mesmos ingredientes, no mesmo local e sendo 2 pessoas diferentes, temos resultados diferentes. Isso porque a energia de cada um, que é passada para a comida não é a mesma. Isso se repete em todos os processos manipulados por nós.
Daí o valor de fazermos o que amamos.
Em tempos de receitas prontas na internet, em tempos de pessoas conectadas via aplicativos, vamos nos unir pessoalmente...cozinhar, conversar, estudar, olhar nos olhos, ... desfrutar da vida juntos!