O professor Wesley Schefer, do curso de Gestão de Mídias Sociais do Centro Europeu, revela 5 dicas essenciais para você comandar projetos de sucesso, como lidar com os próprios erros. Não perca!
Ouvimos desde sempre que o importante é ter disciplina, seja para estudar, trabalhar ou até mesmo com as finanças pessoais.
Mas poucos falam da importância da relação humana ao lidarmos com as pessoas nos mais diversos ambientes.
Sou do tipo que sempre se empolga rapidamente com uma ideia e invisto tempo e dinheiro sem nem pensar direito, mas quando a euforia passa, logo vem o desânimo e falta de vontade.
Foi assim quando decidi aprender a tocar violão aos 6 anos, e depois tentar novamente aos 7, e aos 8 e assim por diante, e mesmo com muita disciplina não consegui ir longe.
Até que aos 12 anos, quando meu tio sentou comigo e começou a me explicar cada detalhe e a mostrar como poderia aprender a tocar violão sem pressão e com paciência foi que consegui tirar meus primeiros acordes.
Mas qual a relação de tudo isso com a gestão de projetos?
Bom, se ter disciplina pessoal e ser organizado não é algo fácil, imagine o quão difícil é fazer isso pelas outras pessoas diariamente sob o olhar crítico de um cliente que espera que não haja nenhum tipo de falha.
É por isso que a relação entre as pessoas é algo muito mais complexo de administrar no dia.
E para trazer alguns exemplos de como eu lido com isso diariamente, preparei uma lista com os maiores desafios que enfrento para possibilitar que todos os trabalhos sejam entregues da melhor forma possível, gerando o mínimo de desconforto para todos.
1. Assuma seus erros
Muitas vezes assumir uma falha parece algo muito difícil de se fazer, e geralmente é o momento em que a “síndrome do impostor” fala mais alto.
A gente sente que, ao confessar uma falha, podemos fazer com que as outras pessoas nos considerem menos capacitados ou até mesmo pensem em nos trocar de função ou, no pior cenário, nos demitem.
E o que aprendi foi o extremo oposto. Errar é algo muito natural e assumir é o primeiro passo para encontrar soluções.
Pedir desculpas pela falha e entender onde houve o erro é muito mais eficiente que tentar esconder ou fingir que não aconteceu.
2. Não procure culpados, procure soluções
Pode soar como uma frase de efeito, mas é um dos mantras menos seguidos pelas pessoas.
Quando encontramos um problema, e sabemos que não somos o responsável por eles, é natural que a gente se defenda e queira deixar claro que a culpa não é nossa, mas isso não o fará parecer menos culpado, mas sim te fará parecer mesquinho.
Gaste energia com o que realmente importa, procure por soluções viáveis, elabore um plano de ação, haja e resolva. Em um segundo momento, procure identificar o porquê da falha e não quem falhou.
3. Não existe eu em equipe
Meu trabalho só é possível graças a uma equipe com inúmeros profissionais que dão suporte a todas as entregas que faço, ou seja, cada trabalho resolvido é o fruto de muita gente boa junta.
Por isso que, assim como nos momentos de dificuldade, as conquistas só são possíveis graças a eles. E assim busco sempre reconhecer o esforço de cada um em cada entrega.
E isso também me dá abertura para apontar onde estamos falhando e todo mundo reconhecer o que pode ser melhorado de maneira conjunta e sem deixar ninguém em uma posição desconfortável.
4. O clima precisa ser bom
Gerenciar as atividades de cada um, fazer contato com os clientes e desenvolver estratégias são partes fundamentais da minha rotina.
Mas a busca por criar um clima amigável e confortável onde todo mundo se sinta à vontade para realizar seus jobs é algo muito mais delicado.
Obviamente que não sou o único responsável por isso, mas saber as melhores formas e momentos de cobrar por um trabalho, ajudar a quem precisa num momento de bloqueio criativo e suavizar as críticas vindas do cliente são apenas algumas das formas para deixar o clima de trabalho mais leve e permitir que as coisas fluam de maneira muito mais tranquila.
5. Lidando com as críticas
Por estar na ponta do processo é natural ter que lidar com críticas internas e externas o tempo todo e isso, muitas vezes, é algo difícil de absorver.
Numa rotina tão agitada onde o gosto pessoal é muito importante, por isso é preciso criar um filtro que deixe as críticas atingirem apenas ao seu eu profissional, para que essa frustração não impacte diretamente em você.
Eu sei que é fácil falar, mas é difícil de fazer. E confesso que, muitas vezes, me senti triste e desanimado com isso, mas aprendi a lidar com essas situações de uma forma melhor com o passar do tempo, e hoje consigo ignorar tudo isso.
Sei que os pontos citados acima estão bastante relacionados com o perfil individual da pessoa e as habilidades emocionais e de gestão de uma equipe que cada um possui, e eu não posso dizer que qualquer um pode fazer as coisas que faço, pois isso não seria verdade.
Há pessoas que são profissionais incríveis e que eu jamais conseguirei me equiparar, mas que não possuem nenhuma das habilidades que citei acima, e eles não precisam, afinal existem trabalhos para todo e qualquer tipo de perfil.
Eu aprendi, por exemplo, que jamais poderia trabalhar em um ambiente extremamente competitivo onde o desempenho é mais valorizado que a relação humana, ou onde o trabalho em equipe é apenas uma frase bonita na camiseta, mas não é algo que acontece de verdade.
Dizem que Steve Jobs era um desses caras, impaciente e que exigia da equipe sempre o melhor sem se importar com o lado humano e é graças a ele que tivemos a revolução com o iPhone e os demais aparelhos da Apple.
E eu sei que jamais poderei me igualar a ele na genialidade e na importância dele para o mundo, mas ainda sim prefiro trabalhar com pessoas em um ambiente em que grandes trabalhos sejam entregues, sem um clima opressor.
De forma geral, a gestão de projetos é uma função bastante técnica, mas a parte humana é algo muito importante na rotina de quem atua na área e não existe apostila que ensine a lidar com isso.
Sei que ainda tenho muito o que aprender nesse sentido, pois há pessoas que são mais receptivas enquanto outras são mais fechadas e isso transforma as relações humanas em um enorme quebra-cabeça onde não há imagem de exemplo na caixa e as peças não possuem encaixes.