Mundo Centro Europeu
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
VOLTAR

Sobre o mercado de trabalho depois dos 30 anos

Sobre o mercado de trabalho depois dos 30 anos
Marianna Greca
jul. 1 - 6 min de leitura
010

Chegando à marca dos 30 e ainda no modo construção? A publicitária e educadora Marianna Greca preparou uma lista com 5 dicas pra você aproveitar essa etapa com sucesso! ;)

Entre os 28 e 29 anos, parece que estamos no limbo, não é? Não estamos mais nos 20 e os 30 estão à nossa espera a qualquer momento.

Confesso que, quando finalmente completei meus 30, foi um imenso alívio ("quer dizer que, no final das contas, o mundo não acabou?").

Mas nem tudo são flores. 

Tentei negar que algumas coisas estavam, de fato, diferentes ("ah, isso é coisa da mídia que romantiza os 20 anos"). 

De fato, a chave muda em vários aspectos.

Fiz uma lista com as minhas principais observações e experiências “pós 30”. 

  1. Aproprie-se de quem você é.

Se você é como eu, e trabalha na área de comunicação e correlatas, provavelmente a maioria dos seus colegas são bem novinhos. 

E assim como você pensava aos 22 anos, eles também têm a impressão de que uma pessoa de 30 é muito velha. Caquética.

É. Dói.

A minha dica é: aja como alguém de 30. Aproprie-se de quem você é agora. 

A Lya Luft, uma das minhas musas de adoração, diz que cada fase da vida tem suas vantagens e desvantagens. Quando ela fez 60, se sentiu imensamente superior a ela mesma aos 20, intelectual, financeira e emocionalmente. 

Eu descobri que é por aí mesmo. Aos 20, certamente temos uma disposição incrível para aguentar virar a noite acordados trabalhando e estarmos maravilhosos no dia seguinte. 

Por outro lado, aos 30, sabemos negociar prazos, conversar com nossos superiores de igual pra igual, e descobrimos como lidar com frustrações de uma forma que antes achávamos impossível.

Descobrimos que tudo se resolve. Realmente, como é bom ter 30 anos, assim como era bom ter 20!

2. Não tenha vergonha de querer aprender

Intercom - Congresso Nacional na USP 

Os profissionais que conheci ao longo dos anos que mais me causam admiração são aqueles que ainda querem aprender. 

E isso não é fraqueza não. 

Pelo contrário, parte daquela dica de nos apropriarmos de quem somos, é reconhecer que ainda há um longo caminho para evoluir. 

E nessa busca por constante atualização, lendo muito, fazendo cursos, perguntando às pessoas, você sai muito na frente (e muito mais rápido) de quem se acha o detentor do conhecimento. 

Na verdade, descobri que a maturidade traz um olhar bastante prático sobre as coisas. E isso torna o aprendizado, de fato, muito mais rápido e aplicável.

3. Pare de se comparar com os outros

Vamos combinar que essa mentalidade de Ensino Médio tem que acabar em algum momento, não é?

Tem espaço pra todo mundo crescer e brilhar no mercado. Pode não haver lugar pra todo mundo em um mesmo local de trabalho (exemplo: só há uma vaga para gerente de um departamento específico), mas o mercado é muito maior que uma única empresa. Além disso, o bom trabalho sempre vai ser reconhecido e recompensado.

Sempre há muitas portas pra explorar. 

Aproveite que está na sua fase “madura” (finalmente) e veja os posts dos seus amigos nas redes sociais com mais lucidez. Não tá fácil pra ninguém, você não conhece os bastidores daquela promoção.

Então, ao invés de ficar perdendo o seu tempo com inveja ou ressentimento, que tal olhar para você mesmo e traçar um plano de evolução profissional? Como Renato Russo dizia: “O sol nasce pra todos, só não sabe quem não quer”. 

4. Descubra seus pontos fortes 

Ironicamente, a descoberta mais libertadora que tive na vida foi que eu não posso ser QUALQUER COISA que eu quiser. 

Acho que essa é uma das grandes romantizações - e ilusões - da era do empreendedorismo.

Perceber isso (claro que tive ajuda de muita literatura, TED Talks, e conversas com gente f*da) foi uma imensa redenção porque, de repente, me senti livre para ser quem, de fato, eu sou! 

Eu descobri que, realmente, eu sou PÉSSIMA pra dar um esporro em alguém que fez alguma besteira. E fazer a pessoa virar a madrugada pra consertar o erro. E ficar de cara fechada pra ela/ele depois. 

Isso faz com que eu não tenha o menor talento para ser uma CFO ou mesmo uma CEO. 

Pessoas que têm esse perfil assertivo são fundamentais pra uma empresa ter rentabilidade financeira direta. 

Mas as necessidades humanas são, felizmente, muito diversas.

Eu descobri que sou, sem modéstia nenhuma, excelente para encorajar as pessoas. Fazê-las se sentirem autenticamente capazes e importantes. Ajudá-las a destrinchar um desafio e produzirem resultados imensamente superiores. 

E isso faz de mim uma educadora inata.

Ah, sem falar que, durante o período de faculdade, meus colegas da Publicidade e Propaganda tiravam MUITOOO sarro de mim por usar palavras como: “literariedade”, “obsolescência” e “transitividade” em trabalhos acadêmicos. 

E não é que, assim que saí do meu último emprego em agência de propaganda, publiquei um artigo científico numa revista internacional sem nunca ter feito mestrado ou mesmo Iniciação Científica?

Cada um no seu quadrado. 

Não é modéstia ou falta dela. É aprender a assumir seus pontos fortes e fracos.

Minha equipe maravilhosa de professores no curso de Gestão de Mídias Sociais do Centro Europeu.

5. Aproveite essa fase da sua vida

Realmente, somos ensinados que só dá pra ser realmente livre e feliz aos 20. Mas você acaba descobrindo o quão árdua e não-romântica é essa fase. 

E parece que, de repente, você vê o mundo com mais objetividade. Você fica mais racional, calmo e se torna mais assertivo. E consequentemente, sua carreira também dispara. 

Pode ser só a minha experiência pessoal, mas nunca me senti tão proprietária da minha vida e profissional.

Descobri (e ainda estou descobrindo) como articular o que eu tenho de melhor e usar isso a meu favor. Sem falar que tenho muito mais clareza dos meus valores e prioridades. 

Quem diria que ter tempo livre para assistir à novela das 9 com os meus pais me dá muito mais alegria satisfação do que pedir uma pizza às 2hs da manhã com os meus colegas numa agência de publicidade (e, sim, a Marianna de 21 anos MORRERIA se lesse isso).

É, acho que tô ficando velha. ;)


Denunciar publicação
    010

    Indicados para você