Falar de tendências, quando se é um criador de moda, não é o mesmo que observar produtos que "estão na tendência" na visão dos consumidores. Confira o texto da professora Fabianna!
Falar de tendências, quando se é um criador de moda, não é o mesmo que observar produtos que "estão na tendência" na visão dos consumidores em geral.
Muitas vezes, quando um jovem estilista ou designer começa seus estudos e sua carreira, acredita que deve replicar aquilo que está sendo produzido pelas marcas no geral, incluindo as que são geridas no formato fast fashion.
Porém o criador é aquele que desenvolve a pesquisa mais profunda, traz a identidade da marca visível através dos produtos. Como é possível fazer isso produzindo mais do mesmo? Sim, estamos na coletividade e somos influenciados a todo momento. Isso é normal, faz parte. Mas não é bom para o estilista acreditar que aquilo que está nas vitrines e araras das lojas é o mesmo que ele deve desenvolver como conceito e produto. As lojas que trabalham no sistema FF já são replicadoras das grandes marcas e das micro tendências de rápida absorção.
Você como pequeno produtor deve pensar no que vem a seguir, como isso deve ser interpretado pela sua marca e para seu publico. Caso não, qual é a diferença para o consumidor? Por que ele deve estar com a sua marca e não com as demais?
Desenvolver o produtos de moda não é tarefa fácil. Não é sentar e desenhar. É preciso uma sequência e uma série de elementos, informações e técnicas. Mas no momento do desenho tenho que tentar me distanciar daquilo que está na vitrine e no instagram. Tenho que buscar essência. As primeiras peças de roupa desenhadas geralmente não servem pra nada e você precisa de muitas opções pra conseguir poucas peças que tenham unidade, coerência e adequação.
Esqueçam as micro tendências. Foquem nas tendências de fundo/macro e nos conceitos e propostas de suas marcas. Só assim a roda gira e o design acontece.
O verdadeiro criador está a frente ;)