Desde a era mais remota, quando ainda éramos coletores e caçadores, e que errávamos como nômades em busca de terras férteis, a manifestação artística se faz presente como forma de exteriorizar o mundo interno, as crenças, e a expressão daquilo que nos rodeia. De formas primitivas no início, evoluiu-se para formas extremamente requintadas nas artes plásticas, na escultura e hoje na arte digital.
Estas manifestações artísticas mais do que expressar, provam a evolução cultural, intelectual e espiritual do ser humano. Da pedra lascada à pedra polida, da pedra ao metal, à riqueza da arte parietal (veja mais em: lascaux.culture.fr), à invenção da escrita pela civilização da mesopotâmia, das tumbas faraônicas à cerâmica grega, à arte que se torna engenharia com os Romanos, exibindo toda a potência militar de seu império.
Assim as artes evoluem com o homem, da escuridão e dos progressos da Idade Média, onde o exemplo mais expressivo é a construção das grandes catedrais europeias em estilo gótico às obras de arte do Renascimento, expressão do retorno ao clássico greco-romano, prova da ruptura com o ideal artístico religioso medieval, o homem mostra seu desenvolvimento cognitivo e suas habilidades como ser-artístico.
Todos estes manifestos, presentes ao longo de nossa existência, são, além do reflexo de nós mesmos e de nossa história, uma forma de perpetuação de nossa civilização. Hoje, o clássico esquecido, os ideais de beleza, a busca pela perfeição das formas, talvez não façam mais parte do "ideal artístico" e outras formas de arte surgem diante dos nossos olhos, às vezes para nosso assombro, outras para o nosso deleite.
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Márcia Cipriani Gomes - Professeur de Français