Quando o assunto é inovação, sempre temos a ideia que em uma bela manhã ensolarada, após acordarmos, teremos um insight espontâneo que resolverá algum problema do mundo e nos deixará ricos. Isso é uma meia-verdade que aflige nossa consciência diariamente.
Quando digo meia-verdade, a maior parte dela é uma mentira e uma pequena parte, verdade. Explico:
Como seres humanos, tendemos a ficar na zona de conforto e polpar esforços quando o objetivo é incerto. Nossos ancestrais tinham de se aventurar, e cada passo era um risco rumo a sobrevivência. Hoje, em nossa sociedade, nós do grupo que pensa em inovação, e não mais em sobrevivência, tem um grau muito superior de conforto e estabilidade. Ao mesmo tempo que dizemos querer ser inovadores, não buscamos inovar pelo simples medo de quebrar a cara.
E por isso, criamos falsas esperanças de que seremos inovadores sem que precisemos nos esforçar, pelo menos minimamente. A doce ilusão de que ganharemos na loteria da vida com uma ideia mirabolante sem que precisemos gastar tempo se esforçando.
E aqui, começo a dizer os ensinamentos que levo comigo após o curso de Inovação da Furf, que tive o privilégio de assistir.
A verdade é que ideias realmente acontecem de forma natural, a cada parágrafo que você leu, conexões foram feitas na sua cabeça e sua mente criou imagens de manhãs ensolaradas, seres pré-históricos em um mundo inabitado e até mesmo de lembranças de algum dia em que você se sentiu frustrado ao pensar em inovação. Porém, para você seja uma fonte de ideias, é preciso que seu cérebro tenha uma bagagem de informações e com isso consiga fazer as mais diferentes conexões.
É fundamental construir um repertório para que consigamos ter ideias novas. O mundo já tem muita gente pensando a mesma coisa, que vive todo dia com os mesmos hábitos. O que é preciso para inovar é sair da zona de conforto. Confrontar nossos hábitos mais simples e mudá-los afim de experimentar coisas novas.
Quando o assunto é especialidade, minha mãe sempre dizia "O hábito faz o monge", e esse ensinamento não pode ser mais verdadeiro. Os maiores mestres em seus assuntos, dedicaram muito tempo fazendo aquilo pelo que hoje eles são reconhecidos, foi um processo árduo e desgastante. Mas isso se limita a técnicas e habilidades. Todos os dias, levantamos no mesmo horário, arrumamos as coisas da mesma forma, trabalhamos da mesma forma, falamos sempre com as mesmas pessoas, e mantemos nossos velhos hábitos.
Queremos ser reconhecidos pela pontualidade, pela formalidade ou por sempre mantermos nossa figura pessoal a prova de balas, ou será que gostaríamos que lembrassem de nós como pessoas incomodadas com o status quo, que desafiam o que é comum?
Será que não estamos presos dentro de nós mesmos com nossas fraquezas, ao invés de enfrentá-las e aos poucos, transformar realidades em diversas escalas da nossa sociedade?
Quando eu penso em inovação, penso que devemos estar atentos a todas as coisas ao nosso redor, como uma criança que está descobrindo o que é viver. Todos os dias temos a oportunidade de mudar. Desde a roupa que vestimos até com o que iremos despender nosso tempo. As crianças são questionadoras e querem usar os sentidos em suas totalidades. Elas se preocupam com o porquê das coisas, e são altruístas por natureza, porque veem o mundo como uma grande vizinhança.
Você pensa mais como uma criança, que anseia pelo novo, ou prefere pensar que algum dia, talvez semana que vem, algo novo pode vir a acontecer? O que você tem feito na sua rotina que te leva a inovação?
Trago à luz o título desse post. A inovação é um conto de fadas. Um lugar cheio de reinos, mistérios, vilões e justos. Um mundo que precisa de protagonista, cujas ações não tem limite a não ser fazer o bem para as pessoas. Que sejamos protagonistas da inovação, e possamos desbravar um mundo infinito de ideais e imaginação.